DIVINO ESPÍRITO SANTO DE DEUS!

Divino Espírito Santo de Deus, que derrama sobre todas as pessoas as graças de que merecemos, hoje e sempre nos acompanha nas trajetórias de nossas vida. Amém.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

EM MEU JARDIM...

GRACINDA  CALADO


Em meu jardim plantei lágrimas de estrelas
Que choravam nas caladas da noite escura.
O véu luminoso desceu na escuridão e derramou
Sobre a terra azul o pó de estrelas e cobriu o mar...
No solo roxo das saudades, guardei as estrelinhas
Que nasceram como pérolas orvalhadas,

Em meu jardim colhi belas e perfumadas flores
Que ao anoitecer exalavam misteriosos perfumes.

Em meu jardim nasceram acácias multicores,
Rosas, papoulas coloridas de luar e mar,
Fazendo-se estação de primaveras...

Em meu jardim de amores clandestinos,
Plantei teu adorado coração, no rubro solo
Das paixões e dos encantamentos,
Reguei os seus odores com delírios, nas
Bromélias e nas hortências multicolores...

Em meu jardim nasceram lírios de perfeição
E brancura, rosas vermelhas e amarelas,
Entre os espinhos e os cardos do destino,
Que nos traiu, deixando marcas, cicatrizes e arranhões,
Nasceram solidões, melancolias, no solo arenoso da separação.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

MONÓLOGO

MONÓLOGO (Este texto foi inspirado nas lembranças da velha casa do sitio Monte Castelo)

CASTELO DOS MEUS SONHOS
Gracinda Calado

Estou aqui para te ver, falar contigo,

Sentir o teu cheiro forte de passado.

Desarrumar teus baús e no fundo encontrar meus tesouros!

Não sei porque estou aqui a ti falar em tom severo,

Se depois de tantos anos de separação eu te desprezei!

A minha alma até hoje sente tua falta;

Teus segredos, teus carinhos nunca me esqueci.

Aqui no castelo os dias já foram de alegria.

Talvez de tristezas também.

Tuas paredes não mudaram, continuam fortes e seguras

Nem o vento derrubou!

Do outro lado da rua ficava a casa do meu bem.

Todas as tardes ele ficava na janela a me esperar,

Às vezes ele mandava bilhetinhos pela moça da varanda ao lado.

Morria de vontade de ir até lá, falar-lhe qualquer coisa!

Tu és testemunha de que fui fiel ao seu apelo,

De repente eu estava apaixonada e ele também.

Lembro-me do meu primeiro poema, foi para ele que eu escrevi,

E ele ficou todo prosa! Aí veio a resposta, não gostei. Sabes por quê?

Ele estava apaixonado! Não acreditei.

Na minha vida tudo mudou, estou só, sem amor, sem ninguém!

Não se esqueça de guardar os meus segredos no castelo de meu bem!

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

CADEIRA VAZIA

CADEIRA VAZIA



GRACINDA CALADO


 


AINDA ME LEMBRO TUA CADEIRA DE BALANÇO, QUE NAS TARDES QUENTE EMBALAVA

TEU CORPO CANSADO DO PESO DA IDADE RELAXAVA AO SOPRO DA ARAGEM QUE VINHA DO JARDIM. QUANTAS COISAS PELA TUA CABEÇA PASSAVAM: DERROTAS E VITÓRIAS, SINCERAS AMIZADES, AMORES QUE PERECERAM AO LONGO DE TUA JORNADA!

COMO BATIA TEU CORAÇÃO !



O POR DO SOL DEIXAVA RASTROS PELO CHÃO FAZENDO A DOCE COMPOSIÇÃO DO LUGAR.

A NOITE CHEGAVA E COM ELA A SOLIDÃO DE DIAS IDOS E SOFRIDOS, DE ALEGRIAS DERRAMADAS PELO TEU CAMINHO, DE MIL HISTÓRIAS, CONQUISTAS E VITÓRIAS.



NAS MANHÃS AMENAS EM TUA CADEIRA, FIXA NO MESMO LUGAR, NÃO LIAS MAIS O TEU JORNAL, POIS A CATARATA INVADIU O TEU OLHAR.

GRANDE PAI TU FOSTE EM TUAS RESPONSABILIDADES, GRANDES EXEMPLOS DEIXASTE PARA NÓS, TEUS FILHOS, ALÉM DO AMOR E TUA DEDICAÇÃO.



ESTA CADEIRA HOJE ESTÁ VAZIA. VAZIA DO TEU CORPO, MAS NÃO DE TI.

TUA CADEIRA HOJE SE EMBALA AO SOPRO DO VENTO E DOS TEUS PENSAMENTOS.

A CADEIRA FOI O TEU REFUGIO, TEU ACONCHEGO, TEU CONSOLO, QUANDO NÃO PODIAS MAIS CAMINHAR SOZINHO PELOS LUGARES QUE TU ANDAVAS, SEM DIFICULDADES...



NELA DEIXASTE O CHEIRO DE TEU SUOR, O CALOR DE TEU CORPO, O SAL DE TUAS LÁGRIMAS, AS HISTÓRIAS DO TEU PASSADO, O PESO DO TEU CAMINHAR.

TUA PRESENÇA É TÃO VERDADEIRA, COMO O SOM DA TUA VOZ FORTE AO CHAMAR POR MINHA MÃE, TUA COMPANHEIRA DE TODAS AS HORAS.

HOJE TUA CADEIRA CHORA TUA AUSENCIA. ELA CONTINUA VAZIA!