GRACINDA CALADO
Em meu jardim plantei lágrimas de
estrelas
Que choravam nas caladas da noite
escura.
O véu luminoso desceu na
escuridão e derramou
Sobre a terra azul o pó de
estrelas e cobriu o mar...
No solo roxo das saudades,
guardei as estrelinhas
Que nasceram como pérolas orvalhadas,
Em meu jardim colhi belas e
perfumadas flores
Que ao anoitecer exalavam
misteriosos perfumes.
Em meu jardim nasceram acácias
multicores,
Rosas, papoulas coloridas de luar
e mar,
Fazendo-se estação de
primaveras...
Em meu jardim de amores
clandestinos,
Plantei teu adorado coração, no
rubro solo
Das paixões e dos encantamentos,
Reguei os seus odores com
delírios, nas
Bromélias e nas hortências
multicolores...
Em meu jardim nasceram lírios de
perfeição
E brancura, rosas vermelhas e
amarelas,
Entre os espinhos e os cardos do
destino,
Que nos traiu, deixando marcas,
cicatrizes e arranhões,
Nasceram solidões, melancolias,
no solo arenoso da separação.
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