DIVINO ESPÍRITO SANTO DE DEUS!

Divino Espírito Santo de Deus, que derrama sobre todas as pessoas as graças de que merecemos, hoje e sempre nos acompanha nas trajetórias de nossas vida. Amém.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

CANTARES

Gracinda Calado
Os cantares eram alegres alvissareiros.
Ao cair da tarde era romântico ver as andorinhas procurando os ninhos na torre para aquecer seus filhotes.
Como eram lindos os pintassilgos nos gorjeios matinais despertando os corações juvenis.
As rolinhas pulavam na grama verde à procura de sementes maduras.
No ar um gostoso mistério da natureza impulsionava as aves do quintal com seus cocoricós, avisando que puseram ovos fresquinhos e mais tarde se transformariam em lindos pintinhos, enfeitavam a paisagem sertaneja.
Momentos de grande beleza era a vida ao ar livre rodeada de encantos e de flores às margens dos caminhos por onde passavam os apreciadores da natureza.
Quando a chuva fina chegava, era como um banho que lavava a alma, com a água pura, transparente, que escorria nos corpos, tirando todas as impurezas da carne.
De repente o sol aparecia e mais luz e sinfonia de cores se manifestavam em toda a natureza inflada de beleza.
O cheiro de frutas no ar refrescava a paisagem que se apresentava gloriosa!
Flores, mil flores, desfilavam aos nossos olhos admirados pela variedade de cores e de perfumes que tinham os roseirais.
Nos ninhos, pequenas cabeças se ‘buliam’, renascendo entre gravetos os futuros pássaros que mais tarde inquietariam os amantes do silêncio.

Os cantares da natureza, são como ecos em nossa alma, que nos acompanham em toda a nossa existência e se juntam a outros “cantares” que durante toda a nossa vida fizeram parte de nós e fazem ainda a nossa história.
Foi nesse clima de natureza exposta e nua que eu nasci e cresci. Envolvi-me com seus mistérios e seus cantares, desde o amanhecer até a chegada da lua com pressa para aparecer. Nos jardins de minha cidade os sons mais comuns eram os sons dos pássaros que circundavam os benjamins verdejantes. A calma do lugar deixava sentir o vento que chorava à procura da montanha que se espalhava altaneira e bela, como um tapete verde de fazer inveja! Nas ruas enfeitadas de flores em seus jardins ou jardineiras, as abelhas se alimentavam discretamente sem intervenção de ninguém. Como vão longe os meus cantares e os meus olhares na minha querida cidade de Baturité!






quarta-feira, 24 de agosto de 2011

CASTELO DOS MEUS SONHOS

MONÓLOGO (Este texto foi inspirado nas lembranças da velha casa do sitio Monte Castelo,
em Baturité- Ce)
CASTELO DOS MEUS SONHOS

Gracinda Calado

Estou aqui para te ver, falar contigo,


Sentir o teu cheiro forte de passado.


Desarrumar teus baús e no fundo encontrar meus tesouros!


Não sei porque estou aqui a ti falar em tom severo,


Se depois de tantos anos de separação eu te desprezei!


A minha alma até hoje sente tua falta;


Teus segredos, teus carinhos nunca me esqueci.


Aqui no castelo os dias já foram de alegria.


Talvez, não sei, de tristeza também.


Do outro lado da rua ficava a casa do meu bem.


Todas as tardes ele ficava na janela a me esperar!


Às vezes mandava bilhetinhos pela moça da varanda ao lado.


Morria de vontade de ir até lá falar-lhe qualquer coisa!


Tu és testemunha de que fui fiel ao seu apelo.


De repente eu estava apaixonada e ele também!


Lembro-me do meu primeiro poema, foi para ele que escrevi,


E ele ficou todo prosa! Aí veio a resposta, não gostei. Sabes por quê?


Ele estava apaixonado! Não acreditei!


Tuas paredes não mudaram, continuam fortes e seguras,


Nem o vento derrubou!


Na minha vida tudo mudou, estou só, sem amor, sem ninguém!


Não se esqueça de guardar os meus segredos no castelo de meu bem!


domingo, 21 de agosto de 2011

NO CORAÇÃO DO MACIÇO


GRACINDA CALADO

Subindo a serra de Baturité rumo a Guaramiranga o clima vai amenizando o calor e uma brisa gostosa nos envolve fazendo-nos sentir o abraço carinhoso da natureza.

Enquanto caminhamos em caracóis pelos caminhos, a vista deslumbrante da serra em cordilheiras nos presenteia com um belíssimo espetáculo.

Árvores gigantescas seculares que envolvem seus galhos em outras árvores como abraço, árvores que derramam seus ramos como chorões caídos fazendo cortinas verdes, árvores que se enfeitam de flores roxas e amarelas como os ypês, árvores que se diferenciam das outras árvores como os bambus que se fecham em moitas grins.

Descendo as ladeiras avistamos o cafezal em flor parece um tapete vermelho coberto de frutinhas e cerração em tempo de inverno.

Na serra temos a impressão que estamos pertinho do céu, até podemos sentir o cheiro de Deus nas gotas de orvalho da noite passada nas manhãs frias.

Descendo os grotões rumo aos sítios e fazendas, avistamos maravilhosos canaviais que serpenteiam as margens dos rios que descem refrescando ainda mais a região. Mais à frente o bananeiral exuberante se apresenta encantando mais ainda nossos olhos.

Nas estradas de terra batida e nos atalhos de caminhos encontramos comboios de vendedores de frutas que vão à feira de Baturité vender ou trocar seus produtos. Pés descalços, roupas cobertas de nódoas dos pomares encharcados de leite que escorre das frutas fazendo manchar suas roupas e eles nem se dão conta de tudo isso.

A casa da fazenda ou do sitio está lá! Lugar privilegiado por Deus e pela a natureza! No coração da serra, testemunha de tanta beleza e de tanta felicidade gratuita.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

CADEIRAS NA CALÇADA (memórias de Baturité)

Gracinda Calado
Todas as noites soprava o vento do Cangatí.

O calor era grande e na calçada todos se reuniam para tomar uma fresca na hora que o vento passava.

Ali , na calçada pessoas passavam, algumas paravam para trocar um dedo de prosa.

Não havia quem não se aproveitasse daquela situação singular, com suas cadeiras de balanço na mesma hora e local na calçada.

Vizinhos se reuniam para aproveitar o frescor nas largas calçadas da cidade.

Vendedores de picolé, de coxão de noiva,’ tijolim,’ cocada, puxa-puxa, etc,

.iam e vinham vendendo seus produtos e guloseimas aos freqüentadores das calçadas.Os assuntos que saíam nas conversas, dependiam dos acontecimentos daquele dia: quem fugiu com quem, quem se casou com quem, “fulano se separou, a filha do sr.F está no caritó, o menino do casal R, nasceu”, e por ai se desenrolava até meia-noite o “converser.” Às vezes as gargalhadas ecoavam no silencio da quase madrugada, quando a conversa era engraçada.

Quem morreu, quem nasceu, todos os freqüentadores das calçadas sabiam logo, e ao,amanhecer as noticias saíam quentinhas como o pão da padaria mais próxima.Em meia hora toda a cidade já sabia o que acontecera durante a noite.

Mesmo assim era muito divertida a vida na cidade!

Hoje não se pode mais sentar nas calçadas...

Todos se fecham em suas casas e obrigatoriamente vão assistir televisão.

Até quando viveremos assim, prisioneiros, dentro de nossas próprias casas!

Os cadeados são a segurança, o pavor assola a cidade e não se tem mais aquele aconchego gostoso dos tempos atrás em que todos se socializavam com suas trocas de experiências ou ajuda mútua nos momentos difíceis em família. As novelas não substituíram ainda a reciprocidade de amizades entre as famílias que antes se agrupavam nas suas calçadas saboreando o prazer do luar de verão ou a brisa que soprava nas quase madrugadas.

Dizem que é o progresso, o culpado pela dessocialização e a individualidade entre as pessoas, principalmente nas cidades do interior.

O medo tomou conta de nossas emoções; não podemos mais confiar nas pessoas, principalmente nas ruas.



quinta-feira, 18 de agosto de 2011

CASARÕES ANTIGOS DE BATURITÉ

GRACINDA CALADO
NAS RUAS DA MINHA CIDADE, DEZENAS DE CASARÕES SE ESPALHAM REVIVENDO O PASSADO QUE FAZEM PARTE DE NOSSA HISTÓRIA!


AQUELES SALÕES COLONIAIS DE PEDRA E CAL GUARDAM LEMBRANÇAS, EMOÇÕES, AMORES, RECORDAÇÕES E ETERNAS PAIXÕES, ALGUMAS ESQUECIDAS E OUTRAS BEM GUARDADAS.


CENTO E CINQUENTA E DOIS ANOS SÃO PASSADOS E O MESMO CHÃO QUE ELES PISARAM, REVIVE AINDA EMOÇÕES! FILHOS NETOS, BISNETOS, TRINETOS SE ENCANTAM COM SUAS HISTÓRIAS VERDADEIRAS, CANÇÕES E CANTARES DE VULTOS QUE DEIXARAM MARCADAS SUAS PASSAGENS NAS PRAÇAS E JARDINS, ESQUINAS E CORREDORES DAS ANTIGAS RUAS E CASARÕES DA CIDADE. EM CADA PLACA UMA HISTÓRIA, UM MARCO DE AMOR E GLÓRIA!


MILHARES DE FAMILIAS TRADICIONAIS SE DEDICARAM À EDUCAÇÃO, À SAÚDE, PÚBLICA E AS ATIVIDADES SOCIAIS DE NOSSA TERRA, SEM MEDIREM ESFORÇOS PARA O ENGRANDECIMETO DE NOSSA GENTE.


BATURTÉ CONHECIDA COMO CIDADE INTELECTUAL, PARA LÁ FORAM EVANGELIZADORES, PROFESSORES, PADRES, COLONIZADORES, ESCRITORES, POETAS E PENSADORES, CONSTRUTORES, HOMENS QUE SE DEDICARAM AO BEM ESTAR DO POVO, POLÍTICOS, CONQUISTADORES, EXPLORADORES, AGRICULTORES, CAFEICULTORES, PLANTADORES DE CANA, DONOS DE ENGENHO E LATIFUNDIÁRIOS.


NOS SECULARES CASARÕES, DO TEMPO COLONIAL, HOMENS E GRANDES MULHERES ESCREVERAM SUAS HISTÓRIAS FAMILIARES, CONSTRUIRAM SEUS DESCENDENTES, FIZERAM PARTE DE NOSSAS VIDAS TAMBÉM.


O PRÉDIO DOS JESUITAS NO PARADOR DA SERRA FAZ JÚS AOS CONHECIDOS CASARÕES SECULARES, COMO O SOLAR DA FAMILIA RAMOS, IGREJAS E MONUMENTOS, O PALÁCIO ENTRE RIOS, O CÍCULO DE OPERÁRIOS, A ESTAÇÃO DA ANTIGA RVC, MUSEUS, E OUTROS.


A ARTE EM SUAS IGREJAS, SUAS IMAGENS SECULARES E ANJOS BRROCOS DESAFIAM O TEMPO DA GRANDE RELIGIOSIDDE JESUÍTICA E SALESIANA, COMO TAMBÉM DAS IRMÃS DA CARIDADE DE LUIZA DE MARILAC. SEUS PRÉDIOS E COLÉGIOS QUE COOPERARAM COM O ENSINO FORMAL TEMOS MUITO A AGRADECER AOS QUE POR ALI PASSARAM DEIXANDO RASTROS DE FORMAÇÃO E SABEDORIA NO CORAÇÃO DE NOSSOS JOVENS.


SABEMOS DE MUITAS FAMILIAS QUE PARA LÁ SE DIRIGIRAM À PROCURA DE UM CLIMA AMENO E SADIO, UMA MELHOR QUALIDADE DE VIDA PARA SEUS FILHOS, NETOS E BISNETOS, FINCARAM SUAS RAIZES E CRESCERAM COMO AS ÁRVORES DAQUELE CHÃO!


HOJE AINDA ENCONTRAMOS CASAS SECULARES, PRÉDIOS E ANTIGAS CONSTRUÇÕES QUE MARCAM O PASSADO DE NOSSA TERRA E RELEMBRAM ANTIGOS COSTUMES DE UM PASSADO DISTANTE DE MENTES ILUMINADAS E DE CORAÇÕES EM FESTA, FORMAM A COROA DE LOUROS QUE OSTENTA O PASSADO, O PRESENTE E O FUTURO DE BATURITÉ!





terça-feira, 16 de agosto de 2011

TERRA QUERIDA, BATURITÉ!

Terra querida!
Hoje amanhaceste mais velha,
como as tuas árvores mais belas!
Recebe o meu amor
que eu te dou, nos versos
Mais que simples, como tu.
Vejo-te como estas árvores floridas,
que recebem os caminheiros,
em todos os teus lugares santos!........................................................................................................

VELHAS ÁRVORES DA MINHA TERRA!


GRACINDA CALADO

“Olhem estas velhas árvores à beira do caminho!”

Elas estão sempre ali levando o tempo,

Protegem os pássaros das procelas da vida,

São elas que à noite os protegem do frio intenso,

E durante o dia dão seus frutos como alimento.


Velhas árvores, já sofreram tantos vendavais,

Árvores velhas, mais que belas;

Suas folhas verdes cheias de oxigênio

Embelezam suas copas nuas tão viçosas!

 
Árvores que acolhem os viajantes distraídos,

Oferecem suas sombras carinhosas,

De suas copas tão lindas e frondosas

Árvores amigas e tão esquecidas!

 
Árvores vivas, quase mortas,

Ninguém abraça mais seus galhos,

Que como braços fortes se entrelaçam!

sábado, 13 de agosto de 2011

MINHA QUERIDA CIDADE DE BATURITÉ

MINHA HOMENAGEM NESTE DIA DE TEU ANIVERSÁRIO: 9 DE AGOSTO DE 2011

GRACINDA CALADO

Eu nasci em verdes plagas
Cercadas pelo arrebol,
À noite mirava a lua
De dia beijava o sol.

Minha terra tão amada,
Quantas saudades de ti
Da minha infância querida
Que nunca há de voltar!

Às vezes fico pensando
Nas ruas da minha cidade,
Por muitas vezes brincando
Vivi minha mocidade!

Lembro-me bem dos amigos,
Do tempo da minha infância,
Tenho uma vontade tão grande
De voltar a ser criança!

Seus jardins e seus bosques
De flores e encantos mil,
Os benjamins e quiosques
Mais bonitos do Brasil!

A buganvília florida
Inda vive em meu coração,
As trepadeiras queridas,
Que eu zelava com devoção.

As andorinhas em bando
Lá na torre da matriz
Trazem lágrimas aos olhos
Do tempo que eu era feliz!

Quando era dia de chuva
Tudo cheirava a molhado
As águas faziam curvas
Nos seus antigos telhados!

Ó minha Baturité!
De alegres recordações,
Inda tenho nos ouvidos
O barulho dos trovões!

Pena que tudo mudou
Na minha linda cidadã
Porque o asfalto acabou
Com sua simplicidade!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

LOUVADA SEJA A TERRA QUE NOS GEROU: BATURITÉ!

PARABÉNS BATURITÉ PELO SEU ANIVERSÁRIO, 9DE AGOSTO!
Gracinda Calado
Louvada seja a terra que nos gerou!
Deu-nos seu sangue que corre nas veias dos rios.
Multiplicou a carne com os frutos variados,
Alimentou o corpo que nutre suas entranhas,
Sustenta a força do vento e dos vendavais.

Louvada a terra que nos dá o pão de cada dia,
Multiplicado na mesa do Senhor!
Dá-nos a seiva viva das árvores verdejantes,
A água pura cristalina das fontes,
O mar com suas riquezas infinitas.

Louvada terra dos rios caudalosos,
Do solo rico e fértil das florestas,
Do céu azul com astros, e cometas,
Estrelas e planetas cintilantes harmoniosos.

Dos peixes que cortam os rios e os mares,
Das flores que enfeitam os jardins floridos.
Das aves que gorjeiam nas palmeiras.
Da aragem fresca das primaveras.

Louvada terra que é amiga da lua e do luar,
Respeita o sol e faz festa aos passarinhos!
Dos arco-íris coloridos, multicores.
Das borboletas que exibem suas cores!

PARABÉNS BATURITÉ PELO SEU ANIVERSÁRIO!

MINHA TERRA ( Baturité )
Gracinda Calado
Minha terra abençoada,
Em dias de novena,
Ou em dias de procissão,
Todos pagam promessas,
Na minha santa da Palma.

Depois da reza a oração,
Pedir a Deus seu perdão.
Minha terra adorada,
Quantas saudades de lá,
Dos serões nas calçadas,
Das noites de lua cheia,
Das serenatas dolentes,

Um dia haverei de voltar!
Minha terra que saudades...
Das tuas lindas lapinhas,
Dos folguedos no são João,
Das fogueiras e dos balões,
Das quermesses na matriz,
Da festa da padroeira,
Das rezas a noite inteira,
Dos terços e das novenas,

Nas casas de devoção,
Minha terra alvissareira,
Irei cantar-te horas inteiras.
Minha terra das flores,
Dos chorões e dos jasmins,
Das palmeiras e dos jardins,
Das roseiras e dos bosques,
Das flores e das canções,
Dos dias de primaveras,
Dos invernos e dos verões,
Dos outonos tão sutis,
Das noites e dos coretos,
Dos passeios na avenida,
Dos poetas amadores,
Dos fiéis cantadores.

domingo, 7 de agosto de 2011

UMA VIAGEM ESPETACULAR!


Gracinda Calado

Enquanto a máquina corria sobre os trilhos, uma nuvem de fumaça negra se espalhava no ar tomando formas as mais diversas. Meu coração viajava nas asas do vento e do meu pensamento. O perfume das flores do mato vinha dos arvoredos e se espalhava por todos os lugares do trem.

Nas curvas sinuosas tudo ficava para trás. À beira do caminho milhares de flores miúdas corajosamente enfrentavam o vai e vem do trem. Nos corredores pessoas passavam de um lado para outro, enquanto outras permaneciam caladas em seus lugares como eu e meus pensamentos.

As paisagens se descortinavam aos nossos olhos com rara beleza prestigiando a natureza bela! Ao longo dos prados verdes, lindos lagos e lagoas, roçados de cana de açúcar, bambuzais se espalhavam ao vento e no céu a fumaça não deixava de dominar tudo.

Meu coração sempre esperto batia acompanhando o balanço do trem, cheio de emoção e perplexidade pelo prazer da viagem. A velha máquina maria-fumaça corria e apitava sem medo de avisar nas estações que estava chegando ao lugar.

O sonho de adolescente deslumbrada se concretizava no balanço do trem e no vai-vem de alguns passageiros, nas coloridas paisagens, no perfume das flores do mato e na emoção do meu coração cheio de romantismo.

O balanço do trem era como música aos meus ouvidos e o seu apito era triste e inspirava saudades. Pensamentos distantes iam se incorporando às saudades e alegrias ao mesmo tempo, fazendo daquela viagem um marco na minha vida.

Por alguns momentos dos meus olhos escorriam lágrimas dizimando a solidão e também as lembranças de quem deixei para trás e de que partiu também.

O véu da minha imaginação foi rasgado quando no horizonte se descortinou o azul do céu com o verde das matas da serra e de repente meu coração pulava de felicidade ao se aproximar da minha cidade. Minha alma estava em paz, uma paz que não consigo explicar diante da beleza emoldurada da paisagem da minha terra.

O passeio chegou ao fim deixando em mim muitas saudades!

Finalmente abraço o coração da minha serra linda, altaneira, verdadeira obra da natureza!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

ORAÇÃO DA COLINA


GRACINDA CALADO

No alto da colina uma imagem vestida de branco se ergue altaneira e majestosa.

Nossa Senhora de Fátima, a mais linda entre todas as mulheres.

Nas mãos ela traz um terço simbolizando o sacrifício dos cristãos a orar pela salvação do mundo e das almas. São contas de luz e de amor que descem de suas mãos imaculadas, noite e dia a nos convidar para oração.

Oh! Mãe de Deus e mãe nossa roga por todos os teus filhos de Baturité, que sofrem o descaso e o abandono dos poderosos; humilhações no trabalho, nas necessidades da sobrevivência do cotidiano.

Com o teu manto azul da cor do céu cobre-nos e protege-nos das tempestades e das secas que periodicamente assolam nossos caminhos, ó mãe de todos os cristãos.!

Abençoa os que sofrem sem emprego e sem lar, sem alimento e sem direção.

Proteja as criancinhas do mal e da perversidade dos adultos. Dá-lhes mãe adorada o alimento, todos os dias em sua mesa. Dá-lhes escola e casa para morar, saúde e proteção.

Do alto de teu pedestal espalha a tua luz que emana de tua divinal pureza, a todos os moradores da cidade de Baturité, que te elegeram como protetora.

Do alto da colina te avistamos e te rogamos o amor que Deus tanto pregou aos homens no seu evangelho. Que a amizade permaneça entre os irmãos.Que possamos ser mais generosos

Abençoa-nos mãe querida em nome de teu querido Filho Jesus, amém!