Gracinda Calado
Responderei: sou o madrigal da serra verdadeira,
Gerada no frio das manhãs frescas da minha terra.
Se me perguntares quem sou responderei: sou a aragem que sopra
Nas noites mornas esperando o alvorecer.
Se me perguntares quem sou, saberás que sou aquela
Que chora de saudades do cheiro doce dos canaviais.
Se me perguntares quem sou responderei: sou aquela que
Acordava nas madrugadas para ouvir o canto dos sabiás.
Se me perguntares quem fui, responderei: fui o amor das verdes matas
Encantada pela natureza selvagem dos cafezais. Se me perguntares quem serei um dia, responderei: serei o canto do uirapuru
Escondido nos bambuzais, com medo das depredações.
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