DIVINO ESPÍRITO SANTO DE DEUS!

Divino Espírito Santo de Deus, que derrama sobre todas as pessoas as graças de que merecemos, hoje e sempre nos acompanha nas trajetórias de nossas vida. Amém.

domingo, 28 de junho de 2009

MOMENTOS FELIZES




MOMENTOS FELIZES
Gracinda Calado


Aproveitando o feriado da semana santa, arrumei minha sacola e fui rumo ao meu passado.
Dizem que quando estamos tristes e vazios, devemos voltar à terra que nos viu nascer.
Foi o que fiz. Meu coração batia loucamente durante a viagem. Tudo era tão familiar, tão bonito! Finalmente cheguei ao meu destino.
A imagem de minha mãe me acompanhava em todos os meus passos.
Entro na rua que dá para a nossa antiga chácara, onde momentos felizes vivi com meus pais e meus irmãos, quando criança e adolescente.
Passo em frente ao colégio onde estudei, Colégio Maria Auxiliadora das irmãs salesianas.
Há poucos passos encontro meu chão, minhas raízes estão lá! Olho aquele chão onde em noites de luar parecia uma grande lagoa azul dos contos de fadas. Sinto o cheiro das flores e das rosas que minha mãe cultivava. Lá estava a pitombeira, a mesma velha árvore dos meus dias de felicidades, quando eu puxava seus galhos pesados de frutas pequeninas e doces!
Entro na casa sinto cheiro de minha mãe, que perfumava tudo que pegava. Seu perfume tinha o aroma dos bougarys, das violetas e dos jasmins branquinhos.
Lembrei-me de suas rosas “la france”, tão lindas e tão cheias de espinhos! Seus perfumes embriagavam, principalmente nas noites de primavera.
Vou a cozinha não vejo aquilo que nos atraía na hora do almoço: uma grade terrina de bacalhau português regado com bastante azeite para fazer o gosto de meu pai.
Que saudades! Saudades dos momentos de “serões” na varanda, onde meu pai contava histórias e a gente logo dormia.
Meu peito estava para explodir, prefiro sair um pouco para respirar.
O ar daquele lugar não é igual a outro qualquer! É puro, perfumado tem muito oxigênio, pois tem muitas árvores!Ouço o barulho do rio que corre sem parar...
Sinto cheiro de mato fresco, de pardais, de frutas frescas, de sol e de cajá.
Cada vez mais me envolvo no passado distante e peço a Deus para me dar muita saúde para eu sempre voltar ao meu torrão natal!
Não vejo mais minha mãezinha, nem meu pai, eles já se foram! Para sempre.!
Que saudades da minha linda cidade Baturité!
Sei que ainda morrerei de saudades!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

COISAS DA MINHA TERRA: OS CIRCOS...


COISAS DA MINHA TERRA
( Circos )
Gracinda Calado

Sempre nas férias de fim de ano, como era de costume, chegavam em Baturité grandes e pequenos circos. Eram armados na praça da “ Boa Vista”, um bairro próximo ao centro da cidade. O caminhão chegava com todos aqueles apetrechos e começavam a armar o circo.
À tardinha o palhaço saía pelas ruas gritando “ o circo chegou! O palhaço o que é? É ladrão de mulher”. Todos atrás do palhaço gritavam, e quem gritasse mais alto ganharia uma entrada para o mesmo. A molecada se divertia bastante com aquele movimento pelas ruas da cidade.As arquibancadas ficavam lotadas todas as noites.
Algumas garotas namoravam os “artistas” do circo e muitas vezes no final da temporada fugiam com eles para bem longe...
Os pais ficavam furiosos e mantinham a distancia com os tais “artistas.”
Muitas garotas ficavam encantadas com a performance das mulheres com aquelas roupas minúsculas, quase nuas, fazendo estripulias e malabarismos.
Geralmente, primeiro o palhaço, cara pintada, numero bem ensaiado, conquistando corações.
Depois o malabarista com tochas de fogo, bolas, pratos e tudo que se possa fazer com perfeição para agradar a platéia.
Os trapezistas se garantiam no trapézio ou na troca dos trapézios, entre dois ou três pessoas. A hora mais interessante era quando se apresentavam os palhaços, contando piadas, dando cambalhotas, fazendo mil piruetas no picadeiro.
Depois as bailarinas, apresentavam números que deixavam os homens entusiasmados e começavam a gritar...
Por ultimo o circo teatro. Uma história era contada bem dramática, mas com a participação do palhaço para atrapalhar o enredo triste.
O povo gostava dos circos na Boa Vista, exigiam respeito devido ser em frente às casas familiares. O povo gostava e até ajudava na sua estada, hospedava os artistas, o dono do circo etc. Coisas de antigamente numa cidade do interior onde as pessoas mostravam sua hospitalidade e não acontecia nada.
Hoje não se pode dar créditos aos aventureiros da arte, pois nunca se sabe quem são...
O circo era uma animação grandiosa na cidade e durante o período de férias não perdíamos uma sessão. Até hoje gosto muito do circo! Quem nunca foi ao circo, pelo menos uma vez?
Coisas da minha terra.

domingo, 14 de junho de 2009

COISAS DA MINHA TERRA - RELIGIOSIDADE




COISAS DA MINHA TERRA
(religiosidade)

Gracinda Calado.

Quem me dera estar sempre aos pés do altar de Deus!
Minha igreja da Palma, minha verdadeira identidade.
Lá senti o sal na pia batismal aos oito dias de nascida.
Lá fiz minha primeira comunhão, senti o amor de Deus na hóstia santa.
Lá jurei fidelidade ao homem que eu amava.
Lá batizei meus quatro filhos, minhas jóias preferidas.
Igreja matriz de minha terra querida!
Monumento secular de inspiração, sacrário de minhas orações!
Nela guardo os melhores momentos de minha vida, quando das missas de nove horas ou das festas da padroeira, das quermesses animadas e participadas por todos os seus filhos.
O som do seu sino é diferente dos demais...
É o som dos anjos, do chamado de Deus e de N. Senhora da Palma para as orações.
Igreja de Santa Luzia, padroeira da visão, protetora dos que não podem ver.
Cravada no coração de minha cidade, deixa saudades de suas festas em pleno mês de Dezembro. As olas gigantes, os barquinhos, a ola de cadeirinhas, os jogos, as pescarias em noites de novenas animadas onde brincávamos sem medo.
Igreja de N. Senhora Auxiliadora, arquitetura moderna, cuja estátua foi trazida nos anos sessenta da Itália, uma perfeição de escultura.
Pertence às irmãs salesianas que a zelam com carinho.
Igreja de Santo Antonio no alto do Putiú, onde a devoção ao santo é de quase cem anos naquele lugar.
Igreja de N. Senhora do Rosário, no bairro das Lages, freqüentada por muito dos que veneram essa devoção a nossa Senhora.
Na cidade existem algumas capelas, como do hospital, da maternidade, nos povoados vizinhos e a grande Igreja do colégio Jesuítas, hoje Casa de Repouso, no alto da serra na fazenda ‘Olho d água’. Sua arquitetura é uma atração turística da cidade; Cristo Rei é seu patrono.
Baturité se orgulha de seu passado de glórias e de grande religiosidade.
O maior de todos os legados religiosos e espirituais são os padres e as freiras que não se cansam de zelar também pela educação dos jovens e crianças da cidade.
São dedicados educadores e evangelizadores nessa terra abençoada por nossa Senhora de Fátima cuja imagem cravada no alto da serra abençoa a todos os seus filhos.Foi um presente de um grande personagem da história de Baturité, o comendador Ananias Arruda.
Esse homem tudo fazia pelos padres e pelas freiras e pela catequese e evangelização. Uma boa parte de seu patrimônio foi doada aos que chegavam em Baturité com o objetivo de Educar e Evangelizar.
De Baturité saíram muitos padres e freiras, filhos da terra, que hoje estão espalhados por todo território brasileiro.Parabéns Baturité!
Coisas da minha terra!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

COISAS DA MINHA TERRA( AS PROCISSÕES)


COISAS DA MINHA TERRA
( as procissões)

Gracinda Calado

Geralmente eu acompanhava as procissões.
Semana Santa, ou Corpus Chiste.
Lembro-me bem quando todos se arrumavam no patamar da matriz, em filas organizadas dois a dois ou em alas direita e esquerda.
No centro o padre levava o Santíssimo Sacramento, que era coberto pelo palio, uma espécie de sombrinha grande e enfeitada de dourados e franjas.
Na frente às irmandades, as zeladoras, os grupos religiosos, depois as mulheres e os homens atrás.
O andor era muito enfeitado com palmas, e pano roxo, na semana santa. O encontro de Jesus com Maria sua mãe era o ponto alto da procissão.
Na festa de Corpo de Deus as ruas eram enfeitadas de flores, formando tapetes coloridos.
As fachadas das casas eram ornamentadas de toalhas e rendas de bordados e renascença. Costume da época colonial.
Alguns coroinhas iam à frente do padre levando castiçais e velas acesas, um sininho que tocava em cada parada para a bênção do Santíssimo. Todos se ajoelhavam e rezavam fervorosamente com muito respeito.
As pessoas devotas jogavam chuvas de pétalas de rosas.
As devotas rezavam e cantavam hinos próprios para a ocasião.
Aqueles hinos eram tão lindos que emocionavam a gente.
A procissão prosseguia até o seu final com a ultima bênção aos fiéis, e atrás as ruas ficavam perfumadas pelas rosas e pelo incenso que o sacerdote espalhava pelo caminho.
Que saudades que eu tenho da minha terra em dias de procissão!
O povo demonstrava sua religiosidade, seu amor ao Corpo de Deus e sua fé em tudo que a igreja professava!

sábado, 6 de junho de 2009

SAUDADES DO CARNAVAL


SAUDADES DO CARNAVAL
Gracinda Calado

Tenho saudades dos carnavais que brinquei.
Tenho saudades das noites de folias,
Tenho saudades dos amores que deixei
Perdidos nos salões das fantasias.

Saudades dos carnavais de outrora,
Dos frevos e do samba- canção,
Meu pierrô atrás da colombina
Eu dançando no meio do salão.

Amores de carnaval, melancolia,
Tristezas e grandes separações,
Quando chegava a quarta feira
Restos sobravam nos salões.

Três dias de intensas fantasias,
Três dias de folias a noite inteira
Ele pra lá e eu pra cá, até de manhã.
Na mesma melodia, na mesma brincadeira.

Acabou o nosso grande carnaval,
Confetes e serpentinas nos salões
A vida nos levou as colombinas,
Deixou o vazio eterno dos foliões.