DIVINO ESPÍRITO SANTO DE DEUS!

Divino Espírito Santo de Deus, que derrama sobre todas as pessoas as graças de que merecemos, hoje e sempre nos acompanha nas trajetórias de nossas vida. Amém.

sábado, 7 de março de 2009

EXPEDIÇÃO ( HISTÓRICO DE MEMÓRIAS)


EXPEDIÇAO DE PEDRO WILSON MACIEL MENDES À CANUDOS
Mario Mendes Junior (*)

Da vida de Antonio Conselheiro ele pesquisava, anotava, e descobria tudo, não pela vaidade de ensinar, mas - como Capistrano de Abreu – pelo prazer, intimo e secreto de encher seu espírito de verdades.

Advogado, defensor dos humildes, jornalista combativo denunciador das falcatruas citadinas, o baturiteense Dr. Pedro Wilson Maciel Mendes, em 1949, temporariamente, largou o imediatismo das redações dos jornais para se aventurar na Ciência Histórica.

Cobiçava despir, de uma vez por todas, a figura de Antonio Vicente Mendes Maciel, o guia guerrilheiro da Guerra de Canudos, dos paradigmas pejorativos - gnóstico bronco, fanático religioso, taumaturgo, paranóico, santo homem e outros despautérios - não escapados, sequer, da concisão e maestria de Euclides da Cunha no OS SERTÕES.

Para a empreitada Pedro Wilson apercebeu ser indispensável percorrer os caminhos trilhados pelo líder antes e depois de se tornar o Conselheiro.
Em seguida convocou os amigos Osvaldo Vinhas, Sólon Mendes e Zequinha Pinto – todos desinteressados na matéria, mas sequiosos de aventuras, para com eles pegarem a estrada.

A empreitada começa no Quixeramobim, cidade túmulo de seus ancestrais que não se olvidam pelo jeito sangrento como morreram na terceira década do século IXX, por ocasião da guerra de família dos Maciéis contra os Araújos de Boa Viagem.


Prédio onde residiu e negociou Antonio Conselheiro -1856 1857
Quixeramobim 1949.


No Quixeramobim, Pedro Wilson entrevista o coronel Euclides Wicar de Paula Pessoa, amplo conhecedor da história da cidade e, por conseguinte, do Conselheiro.

Na oportunidade capta de Wicar informações sobre se antigo morador, Belo Flor, cantador repentista, falecido há dez anos, ex-aluno do Conselheiro, quando o mesmo deixou o negócio de Quixeramobim, em 1857, e passou a ensinar noções de conhecimento gerais na Escola da Fazenda Tigre, até se mudar pata Tamboril.


Cantador Repentista Belarmino Flor, um dos alunos da escola do “tigre”.
Foto de 1939 do arquivo de Euclides Wicar de Paula Pessoa

1939 Ruínas da Escola da Fazenda Tigre
Aqui lecionou Antonio Conselheiro depois que liquidou sua casa comercial de Quixeramobim -1857 1858.
Foto de 1939 do Arquivo de Euclides Wicar de Paula Pessoa
***

Em segundo passo a expedição se dirige à Fazenda Tigre, então pertencente ao comerciante, industrial e agro-pecuarista Damião Carneiro, que naquela época realizava inúmeros melhoramentos na propriedade. Na condição de cunhado de Mario Mendes, irmão de Pedro Wilson, o dono da fazenda, exercitando sua hospitalidade característica, conduz o visitante para fotografar a casa grande, fazenda, a igreja, as ruínas escola, e demais pontos apropriados para pesquisa.
No Tigre, Pedro Wilson se surpreende com o respeito de Damião pelas coisas históricas do lugar. Por isso, apesar das benfeitorias o fazendeiro, na verdade conservava intactos os lugares da fazenda que lembravam o Conselheiro.
Anos depois, por ocasião da construção do enorme açude da Fazenda Tigre, Damião Carneiro arrebanhou uma multidão de trabalhadores, para transportar, em lombos de um formigueiro de burros e jumentos uma verdadeira serra de terra, que depois de compactada, a custa de malhos, transformou-se na parede do reservatório. Aquela obra fantástica de engenharia campestre constitui a prova da fé em Deus do Sr. Damião Carneiro, porque, para levantar sua barragem, ele literalmente, ao seu modo, removeu montanhas.


SOLON MENDES E ZEQUINHA MACIEL PINTO ESCORADOS NAS DUAS DAS TRES FORQUILHAS DE AROEIRA, TUDO QUE RESTOU DO PRÉDIO DA ESCOLA DO TIGRE.



Juazeiro onde segundo os antigos do lugar, costumava o Conselheiro fazer a sesta. A vinte passos das forquilhas do prédio da escola de 1858.
( CONTINUA...)

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