DIVINO ESPÍRITO SANTO DE DEUS!

Divino Espírito Santo de Deus, que derrama sobre todas as pessoas as graças de que merecemos, hoje e sempre nos acompanha nas trajetórias de nossas vida. Amém.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

PRIMAVERA ( EM BATURITÉ)


PRIMAVERA
Gracinda Calado

A primavera já aponta o seu sinal.
As flores estão mais alegres, mais viçosas, mais perfumadas!
O céu é mais azul, as nuvens dançam no firmamento, brancas como algodão.
Nos jardins da cidade as rosas e os bugaris, as avencas, margaridas e papoulas, se abrem anunciando a chegada dessa estação!
Os rios correm mais velozes pela força do vento; as noites são mais frescas e agradáveis.
Os ipês são mais floridos, cobertos pelo amarelo e roxo de suas flores tropicais.
No alto das serras, o verde é mais brilhante e o clima mais ameno.
No coração de cada um de nós mora uma saudade, uma alegria, uma esperança.
À noite a lua vem beijar o mar com seu clarão.
As estrelas piscam como os vaga-lumes clareando a escuridão das matas.
Os caminheiros e viajantes passam nas estradas solitárias, iluminadas de dia pelos raios do sol que se fazem presentes, nos dias de primavera.
Nas grandes e pequenas árvores os pássaros fazem seus ninhos e chocam seus ovinhos enquanto o frio não chega.
De longe se ouve seus gorjeios nas manhãs de primavera.
Os peixes nadam felizes nos rios e nos lagos oferecendo a todos o alimento necessário à vida.
Tão bom que todos os dias fossem de primavera!

sábado, 20 de setembro de 2008

MEMÓRIAS DE MINHA INFÂNCIA EM BATURITÉ


MEMÓRIAS DE MINHA INFANCIA EM BATURITÉ.
Gracinda Calado

Aos seis anos morávamos próximo a Igreja de N. Senhora da Palma, Igreja matriz de Baturité, onde nasci.
Às seis horas da manhã mulheres passavam de branco para a missa na matriz depois de ouvir o badalar do sino chamando os fiéis.
Minha mãe achava-se gravemente enferma, então pensei que indo até aquela igreja Jesus iria fazer minha mãe ficar curada.
Não disse nada a ninguém e fugi de casa sorrateiramente para realizar o meu plano.
Ao chegar na Igreja pessoas olhavam na minha direção e cochichavam como se estivessem falando de mim. Aproximou-se uma senhora, amiga de minha mãe que rezava todos os dias na Igreja e perguntou-me: - menina você já fez a primeira comunhão ? Imediatamente respondi que sim. Todos iam em procissão receber a hóstia sagrada.
De repente a senhora que havia falado comigo, colocou a ponta de seu véu em minha cabeça e me colocou na fila da comunhão. Não sabia eu, o que fazer com aquela hóstia.
Saí às pressas e fui para o patamar da Igreja e cuspi a hóstia no chão. De repente voltei para a igreja como se nada tivesse acontecido. Uma senhora chamada Graziela que era catequista na época notou a minha pressa em sair da igreja, foi atrás de mim.
Foi tão grande a decepção da catequista que gritou dentro da Igreja:- Sr padre por favor tem uma hóstia na calçada, foi aquela criança que cuspiu. De repente formou-se um grande alvoroço na porta da igreja. O padre chegou, apanhou a hóstia e avisou para ninguém pisar no local, pois ali estava o corpo de Jesus. Olhei ao redor de todos e não vi o corpo de Jesus e saí de mansinho, sem saber o que se passava.
Vendo todo aquele movimento corri para casa e cheguei muito desconfiada.
Meu pai perguntou onde eu estava e o que aconteceu. Contei tudo o que havia se passado na igreja. Ele perguntou por que eu fizera aquilo? Respondi que era para minha mãe ficar curada. De repente minha mãe falou como se quisesse saber o que aconteceu.Meu pai entusiasmado disse : - o milagre já aconteceu sua mãe falou!

CASTELO DOS MEUS SONHOS




MONÓLOGO
CASTELO DOS MEUS SONHOS

Gracinda Calado

“Era um castelo encantado.”

Estou aqui pra ti ver, falar contigo,
Sentir o teu cheiro forte de passado,
Desarrumar teus baús e no fundo encontrar meus tesouros.
Não sei por que estou a ti falar em tom severo, se depois de tantos anos,
De separação eu te deixei?
A minha alma até hoje sente a tua falta;
Teus segredos, teus carinhos, nunca me esqueceram.
Aqui nesse castelo os dias já foram de alegria.
Talvez, não sei, de tristezas também.
Do outro lado da rua ficava a casa do meu bem.
Todas às tardes ficava na janela para me ver passar.
Às vezes mandava bilhetinhos pela moça da varanda ao lado.
Morria de vontade de ir até lá falar-lhe qualquer coisa!
Tu és a testemunha fiel de que fui fiel ao seu apelo.
De repente eu estava apaixonada e ele também.
Lembro-me do meu primeiro poema, foi pra ele, e ele ficou todo prosa!
Aí veio a resposta, não gostei! Sabes por quê? Estava muito apaixonado!
Não acreditei.
Tuas paredes não mudaram, são fortes e seguras, nem o vento derrubou!
Na minha vida tudo mudou, estou só, sem amor, sem ninguém.


Não esqueça de guardar os meus segredos no castelo do meu bem

terça-feira, 16 de setembro de 2008

AS RUAS DA MINHA CIDADE.


AS RUAS DA MINHA CIDADE.
Gracinda Calado

As ruas da minha cidade não têm donos, mas têm nomes.
As ruas da minha cidade são alegres, são felizes.
As ruas da minha cidade têm cheiro, tem perfumes,
As ruas da minha cidade têm amores e ciúmes.

Nas ruas da minha cidade muitos vivem seus amores,
Nas ruas da minha cidade muitos cantam suas dores.
Nas ruas da minha cidade passam ricos e passam pobres,
Nas ruas da minha cidade passam poetas e passam nobres.

Nas ruas da minha cidade deixei meu coração de criança,
Nas ruas da minha cidade ficou guardada a esperança.
Nas ruas da minha cidade o tempo passou tão depressa,
Nas ruas da minha cidade a saudade chegou às pressas.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

MINHA TERRA - BATURITÉ


MINHA TERRA - BATURITÉ
Gracinda Calado

Minha terra abençoada,
Em dias de novena,
Ou em dias de procissão,
Todos pagam promessas,
Na minha santa da Palma.
Depois a reza, a oração,
Pedir a Deus seu perdão.
Minha terra adorada,
Quantas saudades de lá,
Dos serões nas calçadas,
Das noites de lua cheia,
Das serenatas dolentes,
Um dia hei de voltar.

Minha terra, que saudades...
Das tuas lindas lapinhas,
Dos folguedos no são João,
Das fogueiras e dos balões,
Das quermesses na matriz,
Da festa da padroeira,
Das rezas a noite inteira,
Dos terços e das novenas,
Nas casas de devoção.
Minha terra alvissareira
Vou cantar-te horas inteira.

Minha terra das flores,
Dos chorões e dos jasmins,
Das palmeiras e dos jardins,
Das roseiras e dos bosques,
Das flores e das canções,
Dos dias de primaveras,
Dos invernos e dos verões,
Dos outonos tão sutis,
Das noites e dos coretos,
Dos passeios na avenida,
Dos teus poetas amadores,
Dos teus fiéis cantadores.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

DORALICE


DORALICE
Gracinda Calado

Uma jóia de mulher. Inteligente, sábia e tem muito de filósofa.
Sua idade, não diz a ninguém.
Foi secretária de meu Pai quando morava em Baturité no serviço militar, desde os anos 40. Gosta muito de ler lindos romances. A ultima vez que estive com ela disse-me que catalogou 1000 romances, e o mais curioso é que ela sabe e se lembra de quase todos com os títulos e os autores.
Doralice é uma figura fantástica! Ela merece uma homenagem pela pessoa boa, educada e inteligente, razão porque recebeu do comando do Exército no Ceará uma comenda e diploma pelos serviços prestados à comunidade de Baturité auxiliando no serviço militar durante 20 anos.

Meu pai era chefe do serviço militar do interior, com sede em Baturité, e ela funcionária da prefeitura, escriturária. Meu pai pediu ao prefeito da época, lá pelos anos 47/48, uma funcionária, com ordem do Comandante do Exercito, para ajudar no alistamento militar do município, que os trabalhos cada vez se acumulavam por causa dos acontecimentos da 2ª guerra. O escritório da regional militar funcionava no prédio da prefeitura, ao lado do gabinete do prefeito. Para satisfação de todos, a escolhida foi Doralice, pelo desempenho de suas funções naquela prefeitura. A secretária “Dora”, como era carinhosamente chamada foi professora, alfabetizadora da qual se orgulhava muito.
A caligrafia de “Dora” era perfeita, linda, parecia um desenho.
Seus relatórios eram impecáveis, sem erros, sem rasuras.
Doralice é uma figura rara na cidade de Baturité onde nasceu e vive até hoje, sozinha, depois de perder três irmãs mais velhas.
A minha querida Dora deixo nesse artigo a minha homenagem e o meu abraço sincero de amizade, e muito amor. Meus pais já não mais existem e se fosse o contrário tenho a certeza que eles a abraçariam com o mesmo ardor que eu a abraço agora. Beijos minha querida Dora.

domingo, 7 de setembro de 2008

UMA VIAGEM DE TREM


UMA VIAGEM DE TREM

Por que corre tanto Maria-fumaça?
Era o nome da grande máquina do trem que nos levava de Baturité a Fortaleza.

O povo da cidade se familiarizou com ela e lhe apelidou de Laura 400, o número da máquina. Toda população só queria andar na Laura 400.

Quando o trem parava era uma festa: frutas, bananas secas, cajaranas, uvas pretas de boa qualidade, bolos, tapiocas, maria-maluca, tijolim, pupunhas da serra, alfenins, batidas de rapadura, enfim uma infinidade de comidas além do mel e do caldo de cana. Quando o trem chegava às 9:00, saíamos matando aulas do colégio Auxiliadora, para esperar o trem que passava para o Crato.

Que tempo bom aquele!
Aos domingos saía um trem especial de Baturité à Fortaleza.
Lá íamos nós, saboreando aquele ar puro e perfumado de flores e em cada estação o trem parava para abastecer.O contato com a natureza enchia nossos pulmões de puro oxigênio, enquanto uma leve brisa alisava nossos cabelos. Não tínhamos medo de nada, não tinha violência, nem ladrões roubando a mão armada.
Lá vai a Maria fumaça... Minha doce e querida Laura 400, descendo a ladeira do Itapay, fazendo curvas perigosas nas encostas da serra do mesmo nome!
Durante a viagem, lá vem o condutor "tricotando” os bilhetes de passagens, muitas vezes perdíamos no caminho de tão empolgados que estávamos com a viagem.
O nosso pensamento viajava nas ondas da música da máquina à vapor: café-com-pão, café-com- pão, café com pão, e íamos nós com nosso coração a bater aceleradamente rumo aos nossos sonhos, rumo às nossas fantasias, deixando para trás as saudades daquele dia!

terça-feira, 2 de setembro de 2008


CADEIRAS NA CALÇADA

Gracinda Calado

Todas as noites soprava o vento do Aracati. O calor era grande e na calçada todos se reuniam para tomar uma fresca na hora que o vento passava.
Ali , na calçada pessoas passavam, algumas paravam para trocar um dedo de prosa.
Não havia quem não se aproveitasse daquela situação singular, com suas cadeiras de balanço na mesma hora e local na calçada.
Vizinhos se reuniam para aproveitar o frescor nas largas calçadas da cidade.
Vendedores de picolé, de coxão de noiva, tijolim, cocada, puxa-puxa etc,
.iam e vinham vendendo seus produtos e guloseimas aos freqüentadores das calçadas.
Os assuntos que saíam nas conversas, dependiam dos acontecimentos daquele dia: quem fugiu com quem, quem casou-se com quem, fulano se separou, a filha do sr.F está no caritó, o menino do casal R, nasceu, e por ai se desenrolava até meia-noite o “converser.” Às vezes as gargalhadas ecoavam no silencio da quase madrugada, quando a conversa era engraçada.
Quem morreu, quem nasceu, todos os freqüentadores das calçadas sabiam logo, e ao,amanhecer as noticias saíam quentinhas como o pão da padaria mais próxima.
Em meia hora toda a cidade já sabia o que acontecera durante à noite.
Mesmo assim era muito divertida a vida naquela cidade!
Hoje não se pode mais sentar nas calçadas...
Todos se fecham em seus portões e obrigatoriamente vão assistir televisão.
Até quando viveremos assim, prisioneiros, dentro de nossas próprias casas!

FLORADAS NA SERRA
(Gracinda Calado)


Quando chega o verão, na serra tudo fica diferente.Nossa alma vai em busca das flores pelo perfume que exalam e embriagam. Sonhamos com primaveras perdidas nas montanhas e a sensação de frio nos leva a pensar em solidão.!
Quando amanhece na serra, a serração cobre tudo de cinza depois se esvai cobrindo o cafezal vermelho. Nosso corpo treme ao toque da água cristalina do riacho, que teima em correr devagar, preguiçosamente em busca do rio. O frio é intenso e depois de alguns goles de café, saímos a passear estrada afora vendo a paisagem que se muda a cada hora.
Lá do alto da serra a água cai, acompanhando as grotas íngremes que se estendem nas encostas dos montes seguindo o curso dos abismos que se formam nas estações invernosas.
Avistamos de longe, no seu cume, um tapete de cores formado pelos ipês floridos, multicores, que todas as manhãs encobrem o chão de flores, enquanto na copa das árvores pássaros cantadores cantam demonstrando seus gorjeios favoritos.
A serra cobre-se toda de azuis e amarelos, vermelhos e brancos.
Anoitece e ao longe desconfiada surge a lua ciumenta, naquela noite fria . Nos ninhos alguns casais de “ pintados” sacodem as penas para aquecer seus filhotes..
Vem chegando o sol, e com ele a esperança de esquentar a alma que se prepara para o encontro do amor. Casais de enamorados passeiam naquela tarde fria, um no aconchego do outro, descobrem lindos versos de amor e lindas canções para elevar ainda mais a alma apaixonada! O amor floresce como floresce a natureza do lugar. Surgem as floradas e como elas algumas historias de amor!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008


A POLITACA ANTIGA DE BATURITÉ (IV)
Mario Mendes Junior
Em janeiro de 1952, a pouco mais de um ano da eleição que fez dele o vereador mais votado, com a morte do irmão Pedro Wilson, muito abalado, Mario Mendes deixou a política, daí então, quando o vereador era procurado, somente o comerciante era encontrado.
Para as eleições de 1954, o Dr. Álcimo Cavalcante, impõe o nome de Oziel Rabelo para aspirar a prefeitura, embora a preferência geral do partido recaísse no nome de Francisco Mesquita Pinheiro, comerciante que além de sério, tinha recursos suficientes para enfrentar a campanha. Naquele pleito, sem se candidatar a nada, Mario Mendes se compôs com Oziel, e trabalhou a eleição de seu primo Dr. Lauro Maciel Severiano, para deputado estadual, Colombo de Souza para federal, e, Armando Falcão para governador.
Armando também, candidato a Deputado Federal, perdeu a eleição para o governo, se elegendo, porém, para a Câmara dos Deputados. A fama de que seu opositor Paulo Sarasate ganhou a eleição somente na contagem dos votos é tão notória, quanto à história de que Armando trocou seu mandato na Câmara por um cartório no Rio de Janeiro.
Fato que ficou gravado nos anais da política baturiteense, por ocasião dessa dita campanha de 1954, em Baturité, existia um ônibus, que mesmo muito velho, muito servia à população, levando e trazendo os passageiros do trem em duas viagens diárias. Para não gastar bateria o carro já ficava estacionado estrategicamente na descida da Praça Santa Luzia em direção a estação, posição exata para, sem ser emburrado, acionar o motor sem gastar bateria.
Parodiando o slogan da campanha ARMANDO É CONTRA O ROUBO E A CORRUPÇÃO, o ônibus, um dia, amanheceu pichado com a frase: ARMANDO É CONTRA O LIXO. Como o seu proprietário o Senhor Orlando era homem recatado, não metido em política, a baixeza do ato, tinha o endereço certo do seu irmão, Raimundo Viana, grande industrial e comerciante da cidade, contrário à candidatura de Armando.
Desse pleito a vitória de Rosuel Dutra Ramos, leia-se UDN sobre Oziel Rabelo, leia-se PSP, foi muito comemorada.
Enquanto os foguetórios comemoravam a vitória de seus eleitos na frente do Sobrado dos Maciéis, então residência de Mario Mendes, ele preparava a família para se mudar para Fortaleza.
Triste, com a mudança, o comerciante pensava consigo mesmo:
- Deixe-se que a arraia-miúda continue a votar nos manda chuvas de sempre, eles não conhecem o bando de comprometidos que elegem: deputados, senadores e governadores, cuja grande maioria come no prato do Presidente, um marechal de pijama, gente daqueles mesmos militares, que, desde o Império, se prevalecem da espada para se intrometer no poder civil.

* Bacharel em Direito e Empresário.

A POLITICA ANTIGA DE BATURITÉ (IV)

A POLITICA ANTIGA DE BATURITÉ (III)


A POLÍTICA ANTIGA DE BATURITÉ (III)
Mario Mendes Junior (*)
Nas eleições de 1950, para reverter a abrasada candidatura do Dr. Álcimo Cavalcante Aguiar, os Ramos e Arrudas, tradicionais adversários, evitando a procela dos partidos, UDN e PSD, sem nenhuma adversão, acerbamente, lançam o nome de Hildo Furtado, comerciante fora da política, mas capaz de parar o atrevimento dos “principiantes audaciosos” que ameaçavam abalar a preponderância dos líderes contumazes.
A maior afinidade de Hildo Furtado com Ananias Arruada não desagradava nem aos próceres João Ramos, Raimundo Viana, Francisco Saraiva Xavier, postulante a um assento na Assembléia Legislativa, e, muito principalmente ao povo em geral.
Destaque nesse pleito o Dr. Saraiva, era um médico elegante, de estatura acima da média e pele cor de oliva que lhe dava um ar de sultão. Montara um consultório na Rua 15 de Novembro onde, operando sem parar, adquiriu reputação de bom cirurgião, não só em Baturité, mas no maciço inteiro. Pacientes chegavam-lhes as dezenas.
Dr. Saraiva casou-se com Leni, espécie de monumento da cidade, muito desejada e admirada não só pelo seu porte de diva do cinema americano, mas também, por ser uma Dutra-Ramos, família que, por si só, possuía a força política para levar o cabo seu projeto de ser deputado.
Chegado o dia 3 de outubro, como o Dr. Álcimo era solteiro, hospede do Hotel Canuto, o povo vindo dos distritos, dos povoados e das zonas rurais, para votar, abarrotaram a casa do Mario Mendes, que na qualidade de presidente do PSP, lhes preparara um lauto banquete. Enquanto comia o eleitorado recebia os envelopes para, nas urnas, sufragar as chapas dos seus respectivos candidatos. Era gente na sala, na cozinha, no quintal e até nos quartos. Enfim foi esse povo dos arrabaldes quem fez de Mario Mendes, o vereador mais votado do pleito, já o Dr. Álcimo, este acabou derrotado, sem embargo da excelência do opositor, pelo troca-troca de chapas na boca de urna.
Terminada a apuração a diferença pró Hildo Furtado foi de mais de 1800 votos, mas, antes de assumir a prefeitura, lamentavelmente, o bom homem, aquele que seria um grande prefeito, morre em desastre de carro.
Quanto ao Dr. Saraiva, mestre da troca de chapas, apesar de natural do Crato, elegeu-se deputado pelo colégio eleitoral do sogro. Impulsivo e impetuoso, na política, ao invés de se impor pelo seu talento, ele preferiu se distinguir pela valentia.
A morte prematura de Hildo provocou nova eleição, ganhou Miguel Edgy, sobrinho de Ananias Arruda, que venceu a José Ricardo.

(*) Bacharel em Direito e Empresário.
DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DO AUTOR.