DIVINO ESPÍRITO SANTO DE DEUS!

Divino Espírito Santo de Deus, que derrama sobre todas as pessoas as graças de que merecemos, hoje e sempre nos acompanha nas trajetórias de nossas vida. Amém.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008


A POLITACA ANTIGA DE BATURITÉ (IV)
Mario Mendes Junior
Em janeiro de 1952, a pouco mais de um ano da eleição que fez dele o vereador mais votado, com a morte do irmão Pedro Wilson, muito abalado, Mario Mendes deixou a política, daí então, quando o vereador era procurado, somente o comerciante era encontrado.
Para as eleições de 1954, o Dr. Álcimo Cavalcante, impõe o nome de Oziel Rabelo para aspirar a prefeitura, embora a preferência geral do partido recaísse no nome de Francisco Mesquita Pinheiro, comerciante que além de sério, tinha recursos suficientes para enfrentar a campanha. Naquele pleito, sem se candidatar a nada, Mario Mendes se compôs com Oziel, e trabalhou a eleição de seu primo Dr. Lauro Maciel Severiano, para deputado estadual, Colombo de Souza para federal, e, Armando Falcão para governador.
Armando também, candidato a Deputado Federal, perdeu a eleição para o governo, se elegendo, porém, para a Câmara dos Deputados. A fama de que seu opositor Paulo Sarasate ganhou a eleição somente na contagem dos votos é tão notória, quanto à história de que Armando trocou seu mandato na Câmara por um cartório no Rio de Janeiro.
Fato que ficou gravado nos anais da política baturiteense, por ocasião dessa dita campanha de 1954, em Baturité, existia um ônibus, que mesmo muito velho, muito servia à população, levando e trazendo os passageiros do trem em duas viagens diárias. Para não gastar bateria o carro já ficava estacionado estrategicamente na descida da Praça Santa Luzia em direção a estação, posição exata para, sem ser emburrado, acionar o motor sem gastar bateria.
Parodiando o slogan da campanha ARMANDO É CONTRA O ROUBO E A CORRUPÇÃO, o ônibus, um dia, amanheceu pichado com a frase: ARMANDO É CONTRA O LIXO. Como o seu proprietário o Senhor Orlando era homem recatado, não metido em política, a baixeza do ato, tinha o endereço certo do seu irmão, Raimundo Viana, grande industrial e comerciante da cidade, contrário à candidatura de Armando.
Desse pleito a vitória de Rosuel Dutra Ramos, leia-se UDN sobre Oziel Rabelo, leia-se PSP, foi muito comemorada.
Enquanto os foguetórios comemoravam a vitória de seus eleitos na frente do Sobrado dos Maciéis, então residência de Mario Mendes, ele preparava a família para se mudar para Fortaleza.
Triste, com a mudança, o comerciante pensava consigo mesmo:
- Deixe-se que a arraia-miúda continue a votar nos manda chuvas de sempre, eles não conhecem o bando de comprometidos que elegem: deputados, senadores e governadores, cuja grande maioria come no prato do Presidente, um marechal de pijama, gente daqueles mesmos militares, que, desde o Império, se prevalecem da espada para se intrometer no poder civil.

* Bacharel em Direito e Empresário.

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