DIVINO ESPÍRITO SANTO DE DEUS!

Divino Espírito Santo de Deus, que derrama sobre todas as pessoas as graças de que merecemos, hoje e sempre nos acompanha nas trajetórias de nossas vida. Amém.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

AS CHEIAS DO RIO PACOTI


COISAS DA MINHA TERRA
( As cheias do rio Pacoti)
Gracinda Calado

Quem conhece Baturité sabe que fica ao pé da serra do mesmo nome, é a capital do Maciço. Seus limites fundem-se com as serras que se elevam entre Guaramiranga e Pacoty.
Na época invernosa Baturité recebe as águas que descem do rio Pacoty fazendo uma verdadeira ilha quando se encontra com o rio Aracoiaba.
Transparentes cascatas descem a serra numa agonia louca como se tivesse pressa para chegar ao mar. As cachoeiras que se formam no seu percurso são dádivas preciosas da natureza. Os poços e piscinas naturais que se perdem pelo caminho do rio ficam quase escondidos no meio das matas como se fossem noivas virgem esperando o noivo. São intocáveis. Grandes são as quedas d’águas desafiando a altura e as pedras que se acham pelo percurso do rio. A maior parte do leito do rio é acidentada com partes altas e baixas, na maioria cheia de pedras. O ronco das águas é tão grande no inverno que chega assustar
aos que não conhecem esse rio.
Em um certo trecho do rio Pacoty, no coração da cidade de Baturité acontece um fenômeno muito perigoso, principalmente no trecho que fica entre o sítio Olho d’água dos padres jesuítas e a ponte Putiú no bairro do mesmo nome.
Grandes cheias chamadas “cabeça d’água” têm acontecido, pegam as pessoas desprevenidas chegando até a arrastá-las para bem longe. O perigo é quando o rio começa a descer carregando grandes troncos de árvores e muito galhos, sinal que “a cabeça d’água” vai acontecer. Muitas vezes os troncos e galhos ficam presos nas pontes e pontilhões; destroem cercas e muros em lugares mais próximo ao rio.
No sítio chamado “pedrinhas” o rio alarga parece que vai engolir as plantações. No bairro “Lages” o prejuízo é maior. O pontilhão fica coberto completamente intransitável. As águas descem com muita força como se fossem uma enorme “ tissuname.” A passagem dos habitantes do bairro é feita por outro caminho mais longo para chegar à cidade. O maior paradoxo é a beleza do rio quando ronca levando tudo pela frente, desenfreado e volumoso parece um grande dragão devorando tudo. Testemunha que fui de tudo que estou dizendo, pois quando garota vi muitas vezes esses fenômenos de extraordinária beleza. O mais interessante que depois de alguns dias a garotada já está tomando banho nas mesmas águas que tão ferozmente enfrentaram a força do rio. Coisas da minha terra!

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